Caro leitor, imagine você planejar sua carreira profissional, saber sem a menor gota de dúvida aonde quer chegar, e mais, ter talento necessário para tal, mas por uma ironia do destino você fica no banco de espera por quase trinta anos para atingir seus objetivos e sonhos. A banda canadense, Anvil, formada no final dos anos 1970 foi protagonista de uma estória com esse teor de agonia, paixão, drama, choro e muita perseverança e os papéis principais dessa obra dramática foram interpretados pelos amigos de infância Steve “Lips” Kudlow e Rob Reiner.
Mesmo sendo precursor dos aclamados gêneros thrash e speed metal, terem o status de “semideuses” do metal canadense e ainda conter em sua discografia tesouros como a trinca Hard n’ Heavy, Metal on Metal e Forged in Fire, a banda Anvil nunca atingiu níveis estratosféricos de popularidade, tampouco viu sua carreira deslanchar como as instituições metálicas Iron Maiden, Scorpions, Judas Priest, etc, mas apesar de todas as adversidades enfrentadas, a banda nunca parou de tocar ou mesmo acreditar em seus objetivos.
O documentário Anvil – A Estória de Anvil, como o nome entrega, conta a trajetória da banda e foi produzido pelo fã e ex-roadie, Sasha Gervasi. Sasha é diretor e roteirista de filmes como O Terminal e Henry’s Crime, e foi dele a idéia de rememorar o público a importância do nome Anvil. O que faz desse documentário ser especial – e item obrigatório na coleção de qualquer fã de música pesada – é o fato de ser uma lição de vida seja você fã de rock n’ roll ou não. É impossível assistir esse filme e não fazer uma auto-reflexão e, muitas das vezes, constatarmos que reclamamos e ou desistimos de nossos sonhos na primeira barreira que nos sobrepõem. O que esses canadenses nos ensinam, mesmo que para alguns seja numa forma simplista e infantil, é que o amor a uma determinada causa é o diferencial que fará de você vitorioso cedo ou tarde.
Louvável o trabalho Die Hard Records em disponibilizar esse título aqui no Brasil, e ainda adicionar doze músicas bônus entre faixas de estúdio e ao vivo e contar com legendas em português. Além disso, a gravadora trouxe ao mercado outros clássicos do calibre de Bonded by Blood – Exodus; Darkness Descents – Dark Angel e No Place to Hide – Santarem. Mais que recomendado...
Nota: Matéria realizada para o Jornal do Interior Sul Fluminense.http://digital.jornaldointerior.info/ed131/