Quatro anos se passaram
desde último registro de estúdio do vocalista Rob Zombie, e esse tempo foi mais
que bem usado e necessário para que o cantor colocasse de volta sua carreira
musical nos trilhos, não que a coisa tenha se descarrilhado, mas é fato que sua
carreira solo já não estava brilhando como na época de seu primeiro registro
solo, Hellbilly Deluxe (1998), ou na época do saudoso White Zombie. O brio que
Zombie precisava talvez fosse um parceria nas composições, que aconteceu com a
participação ativa do talentoso guitarrista John 5 na confecção do novo álbum.
Batizado de Hellbilly
Deluxe 2 o novo disco é responsável por trazer fôlego extra à carreira do
vocalista. E não pense que a idéia de trazer mais fôlego à música possa ser
sinônimo de um artista presunçoso que insiste re-inventar a roda, tampouco, que
toca na mesma tecla de ser cópia – refém – do próprio sucesso. Longe disso! O
cantor mantém, sim, aquelas insanidades de sempre em sua música como narrativas
assustadoras; letras um tanto ácidas e doentias aos mais sensíveis; inclinação
ao lado negro da força e flerte com elementos eletrônicos, mas, agora, o
diferencial que tudo é usado de uma forma mais dosada e madura, o que foi a
chave para o resultado positivo do álbum. Os destaques individuais vão para
Mars Needs Women; Sick Bubblegum; Jesus Frankenstein e Werewolf, Baby!.
Como tudo na vida há os
prós e os contras, o disco tem sua cota de contras, a decisão de inserir solo
de bateria no disco (na canção The Man Who Laughs) foi no mínimo bisonha, são
poucos os músicos com o alvará de licença para fazer solos individuais, vide
Neil Peart, e, com certeza, Tommy Clufetos não é um dos mais gabaritados para o
trabalho. O outro contra vai para o fato do álbum ser curtinho, Rob poderia
explorar mais sua arma secreta, John 5, visto que o guitarrista tem muita carta
na manga para mostrar e ganhar o jogo já na primeira rodada.
Para um, hoje, diretor
de cinema Rob Zombie mostrou que ainda tem manha de fazer um disco bacana, e que
se destaque num mercado povoado de aspirantes a rock stars que têm como
referência nomes de procedência um tanto duvidosa. Indicado aos fãs e as
pessoas que querem adentrar ao mundo de horrores do homem-zumbi.