O ano de 2008 se dá ao
luxo de ser relembrado, no que tange à área de entretenimento, pela passagem de
grandes bandas em terras tupiniquins, como por exemplo: a volta de Ozzy
Osbourne, após 13 anos longe dos palcos brasileiros; a entidade metálica, Iron
Maiden, presenteando o público com a primeira parte de sua turnê Somewhere Back
in Time e os alemães do Helloween com a improvável, porém muito bem sucedida,
turnê com os co-patriotas do Gamma Ray, intitulada de Hellish Tour.
Implacável a todos, o tempo
passou, mas o que fora um evento único registrado no passado e nas recordações
de quem lá estava ganhou um ‘revival’ no atual giro dos alemães. Com apenas
duas datas em território brasileiro, Rio de Janeiro (30/11) e São Paulo
(01//12), as bandas Helloween e Gamma Ray mostraram o porquê de serem, até
hoje, os baluartes da cena Power Metal.
Com alguns minutos de
atrasos, o Gamma Ray começou os trabalhos na capital fluminense sob os acordes
da pesada “Anywhere in the Galaxy”, que logo, logo, cedeu espaço para não menos
pesada e intensa, “Men, Marthians and Machines”. O carisma sempre jogou a favor
do guitarrista e vocalista Kai Hansen – completa a banda Henjo Richter
(guitarra), Dirk Schlächter (baixo) e Michael Ehré (bateria) – e com toda
simpatia que lhe é peculiar, o ‘frontman’ conduziu toda apresentação, fazendo
questão de se comunicar entre as canções e, lógico, convidar a todos à
celebração do metal germânico.
E foi com canções do
teor de “Master of Confusion”, homônima ao EP; “Empathy” e “Rise” rememorando o
álbum To the Metal e a trinca final com “Future World”, “To the Metal” e “Send
me a Sign” que os alemães do Gamma Ray fecham, com chave de ouro, sua
apresentação em terras cariocas.
Mesmo em noite chuvosa,
o calor intenso não dava trégua, e se acentuou, ainda mais, com a introdução
“Walls of Jericho” e os primeiros acordes do hit “Eagle Fly Free”. E foi sem
pedir licença que os acordes de “Nabatea” invadem a Fundição Progresso, sendo a
primeira representante do novo álbum Straight Out of Hell.
Desde metade dos anos
1990 que o Helloween é figura cativa nos palcos brasileiros, mas esse ano a
banda se superou com dois giros pelo país quando da apresentação na última
edição do festival Rock in Rio, onde prometeu de pé junto que voltaria no mês
de novembro para uma apresentação com repertório completo. Promessa feita,
promessa cumprida, com a banda fazendo alegria do público com seu Power Metal.
Com quase 30 anos de
estrada, a banda acumula repertório que agrada os entusiastas às melodias e
velocidade e àqueles que não abrem mão de acentuado peso nas linhas de
guitarra, baixo e bateria. Dito isso, uma mescla com canções do quilate de
“Waiting for the Thunder”, “I’m Alive”, “Power”, “If I Could Fly”, “Hell Was
Made in Heaven”, “Dr Stein”, “Are You Metal” e “Where The Rain Grows” caiu como
uma luva e colaborou para o saldo positivo da noite.
Assim como na primeira
encarnação da Hellish Tour, o ‘grand
finale’ é reservado para reunião entre Kai Hansen e a atual encarnação do Helloween
com Andi Deris (vocal), Michael Weikath (guitarra), Markus Grosskopf (baixo),
Sascha Gerstner (guitarra) e Dani Löble (bateria). Para tal, o medley com
Halloween/How Many Tears/ Heavy Metal (Is the Law) e a execução de “I Want Out”
conseguiram encerrar com louvor mais esse capitulo do metal germânico em terras
brasileiras.
As escorregadelas da
noite ficaram por conta do desnecessário e enfadonho solo de bateria Dani Löble
e os problemas técnicos com a guitarra de Sascha Gerstner, que gerou visível
insatisfação e irritação do músico, levando-o abandonar o palco por diversas
vezes. E é por conta dessas bolas na trave que a Hellish 2013 tira a nota 9.