No meio artístico existem pouquíssimas certezas ou verdades absolutas, ás vezes o que fora ‘projetado’ para reluzir como ouro ou o que segue alguma formula mirabolante de sucesso é o que irá encalhar nas prateleiras das lojas, garantindo a insônia e o ranger de dentes dos empresários de plantão. No mundo rock/metal essa afirmação é uma meia verdade, há bandas que são tão bem formatadas que as chances de suas estruturas serem abaladas são quase nulas. Nesse pelotão estão os alemães do Blind Guardian com seu power metal e seus discos pra lá de influenciados por contos medievais e obras do escritor J. R. Tolkien.
Com essa mesma certeza formos conferir a mais uma boa apresentação dos bardos alemães, no dia 04/09, Fundição Progresso/RJ, divulgando o interessante álbum, At the Edge of Time. Como fazia um tempo que a banda não dava as caras por aqui, os músicos prepararam um repertório especial cobrindo boa parte de seu catálogo. “Sacred Worlds” é um dos ótimos momentos do novo disco, sendo assim, a escolha foi bem acertada para começar a celebração aos guerreiros vikings. Uma pequena pausa para o sempre gentil e comunicativo vocalista, Hansi Kürsch, dar as boas vindas, e em seguida anunciar a pesada “Welcome to Dying”.
Vale comentar que além do conteúdo lírico baseado em contos e mitologias, o Blind Guardian sempre se valeu de uma ótima fonte de inspiração que são as obras da banda setentista, Uriah Heep. As harmonias vocais com extensão de cinco ou mais vozes ao vivo sempre foram uma carta na manga dos britânicos do Heep, e nessa fonte é certeza que o Blind Guardian se esbaldou até a última gota.
O álbum Imaginations From the Other Side veio representado pela canção homônima ao disco e a ótima “Mordred’s Song”. Desnecessário acrescentar que foram um dos pontos altos do show, assim como é chover no molhado enfatizar o poder que músicas como “Time Stands Still (At the Iron Hill)”; “Lord of the Rings”; Mirror Mirror; The Bard’s Song (In the Forest) têm no setlist da banda. Até as novatas “Tanelorn (Into the Void)” e Fly contribuíram para o bom saldo da noite. O público carioca desempenhou tão bem seu papel cantando e agitando, a cada canção, que foi presenteado com a não programada, “Majesty”. E com a certeza de mais uma vez o trabalho ter sido feito com extrema qualidade, os bardos alemães se despedem do público carioca prometendo voltar o quanto antes.
Nota: Realizei a matéria para o Jornal do Interior Sul Fluminense. http://digital.jornaldointerior.info/ed122/
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