A banda britânica Marillion
é o que podemos chamar de feliz em sua longa e prolífica carreira, afinal, sua
longevidade se deu pelas produções dentro do estúdio; qualidade de suas
apresentações ao vivo, expondo da melhor forma possível o resultado alcançado
nos estúdios de gravação e uma pela relação íntima, honesta e direta com a base
de fãs. Nessas linhas pode parecer algo fácil e simples de se atingir, mas na
hora do vamos ver, ou melhor, na hora do vamos fazer são poucos que atingem o
nível de excelência desses britânicos.
E esse nível de
excelência os brasileiros tiveram a oportunidade de prestigiar, e porque não, estreitar
as relações com a banda nos anos de 1990, 1992 e 1997, com as turnês dos álbuns
Seasons End, Holidays in Eden e This Strange Engine, respectivamente. Depois
disso, foram exatos quinze anos de espera para que os músicos voltassem a dar
as caras nos palcos brasileiros. E parece que orações do público funcionaram
muito bem, porque a banda trouxe ao país o melhor do rock progressivo com datas
em São Paulo (11), Rio de Janeiro (13) e Porto Alegre (14). E nós, lógico,
fomos conferir a passagem da banda pela cidade maravilhosa.
A apresentação no Vivo
Rio começou em alta com “Splintering Heart”, que é umas das melhores canções da
segunda encarnação da banda, aonde os vocais são conduzidos pelo ótimo frontman
Steve Hogarth. “Slainte Mhath” flerta com peso pulsante e momentos de, digamos,
calmaria, sendo mais do que bem recebida pelo público. Com muita educação e
boas doses de humor, o vocalista da às boas vindas a todos e se retrata por
estar a tanto tempo longe dos palcos cariocas. O pedido de desculpas foi
desnecessário, afinal, ele veio na forma de canções do quilate de “You’re
Gone”.
A apresentação dos
britânicos foi algo muito parecido como um best of, pois, foram uma sucessão de
novos e antigos clássicos da banda. O público mais saudosista que nutre certa
preferência pelo primeiro vocalista, Fish, se deslumbrou com os acordes de
“Kayleigh” e Lavender – ambas do álbum Misplaced Childhood. Outros que são
adeptos a atual formação se extasiaram com “Beautiful”, “The Great Escape” e
“Afraid of Sunlight.
E não pense que a banda
fica revirando o passado para fazer o presente, porque o novo registro de
estúdio, “Sounds That Can’t Be Made” foi muito bem aceito na encarnação da
música homônima ao disco e “Power”. O álbum mais representado da noite foi o
conceitual Marbles, pois, dele veio a já citada “You’re Gone”, “Fantastic
Place”, “Neverland” e “The Invisible Man”.
Para o bis, a banda
atacou com uma das mais pedidas da noite, “Easter”. Incrível o poder que uma
canção pode exercer sobre uma platéia, porque a música foi acompanhada pelo
público em cada melodia e verso. “Sugar Mice” fecha com chave de ouro a noite
que ficará marcada nos corações de todos os presentes, afinal, era no palco um dos
maiores representantes do rock progressivo. Espero que não precisemos esperar
mais quinze anos para ter uma noite mágica como essa do último dia 13.
Nenhum comentário:
Postar um comentário