Esse é um blog inteiramente dedicado a uma das maiores expressões artísticas, música. Se você é, assim como eu, um grande fã dessa arte, seja muito bem vindo!
domingo, 30 de janeiro de 2011
Ingresso Justo
Para maiores informações segue todos os contatos disponíveis da nova campanha:
twitter.com/IngressoJusto
www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=110898327
ingressojusto.blogspot.com/
Acessem e façam parte desse movimento, quem sabe algo positivo possa nascer daí.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
3.6.5.: Ambição na medida certa
A postagem de hoje é uma entrevista com a banda brasileira Mindflow. Com grande profissionalizismo e trabalho acima da média a banda chega ao seu 4º registro de estúdio, 3.6.5., e se destaca como um dos grandes nomes do metal nacional, o que fica mais claro ainda na entrevista a seguir.
Nota: Eu fiz essa entrevista para o site Território da Música. Segue o link do site com a entrevista:www.territoriodamusica.com/entrevistas/?c=945
Com quatro álbuns em sua discografia, a banda Brasileira MindFlow está construindo passo a passo uma verdadeira legião de fãs dentro e fora do país.
Formada pelos músicos Rafael Pensado (bateria), Danilo Herbert (vocal), Rodrigo Hidalgo (guitarra) e Ricardo Winandy (baixo), a banda acaba de lançar o ambicioso álbum “365”, que consistiu lançar a cada mês uma canção, tendo seu início em 09/09/09.
É exatamente sobre o conceito e as novidades do novo álbum que o Território da Música foi bater um papo com a banda. Com a palavra, MindFlow...
Começo perguntando sobre o último álbum de estúdio, “Destructive Device” como foi a resposta ao disco? Vocês acreditam terem chegado a outro patamar com o álbum e, posteriormente, com a turnê?
Rafael Pensado: Olá! “Destructive Device” foi um divisor de águas para nós. Trabalhar lado a lado com Ben Grosse foi de grande aprendizado para todos nós. Gravamos esse disco em São Paulo e Los Angeles e vimos muitas coisas novas para nós. Sem dúvida o MindFlow, hoje, é uma banda madura e experiente, estamos produzindo nosso novo disco e nossos shows estão melhores e mais pesados.
E por falar em turnê, o MindFlow passou por cidades em que nunca estivera antes, como: Vitória/ES; Niterói/RJ e Distrito Federal. Como foi a recepção e o saldo nesses ‘terrenos’ nunca antes explorados?
Rafael: A melhor possível! Foram shows grandes e o público estava totalmente com a banda. Esperamos voltar logo para essas cidades e conhecer novos fãs em novas cidades!
Vocês fizeram uma longa turnê em 2008 pelos EUA e voltaram em 2009 para o festival ProgPower, como foi a experiência de tocar ao lado do Fates Warning e do Crimson Glory? Essas duas passagens pelos EUA podem ser consideradas os grandes destaques da turnê?
Rafael: O ProgPower é um festival impecável em todos os sentidos: organização, staff, som. Tudo funcionando com perfeição. Ver essas bandas foi um brinde para nós. Estamos organizando uma ‘tour’ maior para 2010/2011 nos Estados Unidos. Sem dúvida o ProgPower foi, até agora, nosso show mais importante nos EUA.
Em setembro do ano passado, o Mindflow começou o projeto/álbum 365, que consiste lançar uma canção por mês durante doze meses, formando, ao final dos meses, um álbum completo. É uma estratégia interessante e, até certo ponto, arriscada, porque, hoje em dia, as pessoas estão (e são) impacientes, ou seja, se as coisas não forem feitas e consumidas em pronta hora elas tendem a perder o interesse quase que imediatamente. Vocês chegaram cogitar esse possível desinteresse ao longo dos meses pelo álbum?
Rafael: Quando sentamos para discutir esse projeto, analisamos os prós e contras, esse aspecto que você aborda não nos preocupou, o mais preocupante era escrever, gravar, produzir, masterizar, criar identidade visual de cada música através dos wallpapers a tempo todo mês, estando em turnê ou não. Foram totalmente calculados e planejados todos os passos desse projeto. Isso aumentou o interesse do nosso público, sempre com novidades para nossos fãs. Estou seguro em dizer que foi nosso projeto mais ousado e ao contrário do que alguns diriam, grande parte do nosso público tem esse disco como o melhor do MindFlow.
Eu tive a oportunidade de escutar as músicas do álbum 365, não sei se é apenas uma impressão minha, mas as senti mais diretas e pesadas, não flertando tanto com climas e passagens sombrias. Esse era realmente o objetivo? O foco foi trazer mais à tona essa faceta, que já existia no som do Mindflow?
Rodrigo Hidalgo: Exatamente! A idéia do MindFlow é nunca se repetir. A cada trabalho procuramos mostrar uma nova faceta. No "365" procuramos fazer um disco de rock moderno e agressivo.
Mesmo com o lançamento de uma música por mês, o álbum tem unidade entre as canções. Isso foi uma preocupação, visto que nossas emoções e percepções mudam a cada dia, e manter a unidade entre as músicas poderia ser um desafio?
Rodrigo: No "365" procuramos reagir aos acontecimentos mundiais que ocorriam enquanto escrevíamos as músicas. “Crisis FX”, música que lançamos em fevereiro, é uma homenagem às vitimas da tragédia no Haiti. “Thrust into this Game” é uma crítica à política brasileira, que em setembro de 2009 passava por mais uma onda de escândalos envolvendo nossos representantes. O MindFlow tem um estilo definido de fazer músicas, então, mesmo alterando estilos dentro do disco, acho que conseguimos manter uma unidade forte.
Com o ascendente sucesso da banda e do álbum, houve alguma pressão em criar algo novo, a fim de elevar o nome e status da banda?
Rodrigo: A cobrança de fazer algo melhor do que fizemos anteriormente vem de nós. Sempre damos o nosso melhor e o resultado disso sempre nos deixa orgulhosos. Para nós é um grande prazer escrever música. Não encaramos como uma preocupação. Se estamos felizes com o resultado para nós é suficiente.
Em um retrospecto rápido na carreira do Mindflow: “Just The Two Of Us...” compõem de uma maior ligação entre as canções, revelando-se como o mais progressivo e complexo; “Mind Over Body” traz novos contornos e ares, sendo o mais experimental e “Destructive Device” que assume uma tocada mais coesa e direta. Então, a pergunta é: Qual é a identidade do novo álbum? E como ele se agrega às diferentes facetas da discografia da banda?
Rodrigo: Como a idéia do “365” é de lançar uma música por mês durante um ano, encaramos cada música como um ‘single’. Isso deu uma atmosfera muito especial ao álbum.
Danilo, as abordagens agressivas estão mais presentes no seu vocal hoje em dia, por exemplo, nas novas “Thrust Into This Game” e “Corrupted”. Parece que a experiência de ter inserido vocal gutural na música “Lethal” (de “Destructive Device)” rendeu frutos, não?
Danilo Herbert: Realmente! Na verdade, há várias razões para isso. Primeiramente porque sempre, em um novo trabalho, tentamos adicionar na mistura algo novo e diferente do que já havíamos feito em trabalhos anteriores. Outro motivo é de que a temática das novas músicas do MindFlow são de fato mais obscuras, fortes e pesadas, por isso, conseqüentemente, o instrumental exigiu uma atitude mais agressiva por parte da voz na maioria dos momentos.
Também é óbvio que o tempo e a experiência nos fez crescer como músicos, aumentando nosso leque de possibilidades. Isso é uma coisa muito legal de observar na carreira de várias bandas que foram moldando o seu estilo no decorrer dos anos. E, finalmente, as nossas influências atuais também se tornam relevantes na hora de compor. Estou muito satisfeito com o resultado e espero que ouvintes também gostem.
O novo álbum terá a continuação da trama e game “Alternate Reality Game (ARG) - Follow Your Instict”? O que você pode nos contar sobre a caça ao serial-killer?
Danilo: É bem provável que sim! Pois, como todos os que jogaram a última edição sabem... Depois de tudo que fez... Jack ainda está à solta.
Gostaria que vocês comentassem sobre o trabalho lírico do novo álbum, que, mais uma vez, ganha destaque, indo de encontro à superficialidade de tantas bandas hoje no mercado.
Danilo: As letras sempre foram uma parte essencial no nosso trabalho, e dessa vez, mais que nunca. O “365” foi idealizado para ser como um diário musical da banda. Foi muito espontâneo e honesto o processo de criação das letras, pois, ao começo de cada mês, fazíamos uma reflexão sobre o nosso mês anterior como banda. Juntávamos tudo que passamos: fatos que nos marcaram durante aquele período, coisas que aconteceram naqueles mesmos dias, tudo que sentimos... E a partir desse processo, o tema de cada música foi se revelando.
E acho que o grande diferencial dessa maneira de compor, foi a grande interação que conseguimos alcançar com o público, permitindo que os ouvintes nos acompanhassem em cada passo da criação do álbum. Sem dúvida uma experiência muito legal.
O que os fãs podem esperar para o segundo semestre e para 2011? Há chance de um registro em DVD?
Danilo: Com certeza! Estamos produzindo nesse exato momento, o nosso primeiro DVD, com as imagens do show que fizemos em Atlanta (EUA), no ProgPower USA. O DVD vai contar também com um documentário sobre a banda e algumas outras surpresas que estão sendo preparadas. Estamos muito ansiosos com esse projeto e não vemos à hora de vê-lo concretizado. Tenho certeza de que os fãs vão adorar!
Agradeço a atenção e disponibilidade da banda para esse bate-papo. O espaço é de vocês...
Rafael: Sempre um grande prazer falar sobre o MindFlow para quem está interessado!
Rodrigo: Muito obrigado pelas perguntas! Convido a todos a conhecer as novas músicas do MindFlow no www.mindflow365.com e a pedir um adesivo grátis no www.mindflow.com.br.
LET YOUR MINDFLOW...
Danilo: Muito obrigado ao Território da Música pelo espaço e a todos os leitores! Até breve! Let your MindFlow...
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Escola do Rock
O organograma mostra de uma maneira muito simplificada a formação dos mais diversos estilos dentro do segmento rock n' roll. É sabido que estilos como blues; rhythm and blues e jazz ajudaram forjar e dar contornos à música pesada. Talvez o parentesco mais desgarrado do rock seja a pomposa música clássica, que, de uma maneira ou outra, exerce influência em inúmeras vertentes do rock n' roll & metal. Grandes nomes como: Johann Sebastian Bach; Antonio Vivaldi; Pyotr Ilyich Tchaikovsky; Ludwig van Beethoven; Wilhelm Richard Wagner e Wolfgang Amadeus Mozart, são referência e figuras mundialmente conhecidas por suas célebres obras.
Em breve trarei um organograma mais abrangente que cobre todo espectro da formação do rock; blues e heavy metal, bem como seus desdobramentos.Aguardem!
*Nota: Para uma melhor visualização do organograma, favor clicar em cima do desenho.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Energia do rock holandês
A postagem de hoje é a biografia da musicista holandesa, Floor Jansen. Eu fiz o texto no ano de 2009 para o fã clube brasileiro da vocalista. Segue o link do fã clube para maiores informações sobre a artista www.floorocks.com
O continente Europeu – já chamado de Velho Mundo - possui uma grande diversidade geográfica, demográfica, étnica e cultural com: aproximadamente 100 línguas e dialetos correntes, uma pluralidade de religiões que vai do Cristianismo ao Judaísmo, população superior a 700 milhões de habitantes, geologia plana, o que sempre favoreceu o bom cultivo e vias de comunicação, grande hidrografia com grandes rios e lagos, clima temperado favorável ao desenvolvimento humano, multiplicidade étnica: Germânica, Latina e Slava, a moeda corrente na maioria dos países membros da União Eupeia é o euro (€). Mas isso é apenas uma idéia geral do que é e representa o continente, cada país possui sua respectiva característica cultural e história, o que torna o “Velho Mundo” uma unidade, mas com suas devidas singularidades.
HOLANDA
As primeiras imagens, quando falamos da Holanda, são os moinhos de ventos, grandes diques, os queijos maturados e as tulipas. Mas o país é muito mais que isso, é uma nação constituída por uma democracia parlamentar sob uma monarquia constitucional, onde uma série de leis fundamentais limita o poder do monarca, seus limites são: norte e oeste com o Mar do Norte, ao sul com a Bélgica e a leste com a Alemanha.
Seus aspectos demográficos indicam o país como um dos mais populosos do mundo, com duas línguas oficiais: neerlandês e o frísio. Grande parte da população não segue quaisquer tipos de religião e ou igreja, alguns historiadores especulam esse fato aos acontecimentos históricos do país, onde sua guerra por independência fora intimamente ligada a conflitos religiosos, desencadeados pelo movimento reformista cristão, em que era pregada uma reforma no catolicismo. A sua infra-estrutura moderna comporta um sistema logístico com aeroporto internacional e porto marítimo, sua culinária, além do bom queijo, possui destaque na pesca e no plantio de batata.
As principais cidades holandesas são Amsterdã, Roterdã, Haia, Utrecht e Eindhoven, que oferecem grande variedade de atrações, como: centros históricos, museus, teatros e ótimos restaurantes.
TILBURG
Tilburg é uma cidade localizada ao sul da província de Brabante do Norte (faz fronteira ao sul com a Bélgica), tendo como municípios: Berkel-Enschot, Goirle e Udenhout. A cidade de Tilburg possui algumas das maiores universidades do país, como: Tilburg University, Fontys University of Applied Sciences e Avans University of Applied Sciences, a cidade recebe, ainda, algumas das maiores empresas multinacionais como: Fuji, Bosch, Coca- Cola e Interpolis, que ajuda mover a economia e cultura local.
A cidade é rodeada por muitas belezas naturais, como: Moerenburg, Loonse De Duinen e Drunense, Campina e Utrecht De, cada uma com suas peculiaridades. O clima, como quase em toda Holanda, segue característica de ser oceânico, tendendo a temperaturas moderadamente frias e com os verões comparativamente frios.
A cidade é tida como modelo no sistema intercultural, onde há a maximização das vantagens decorrentes das atividades culturais, fomentando grande oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento. Além disso, a cidade possui ótimas opções de entretenimento, são inúmeros os festivais de música, dentre eles: Stranger Than Paranoia, LowLands, Pinkpop e ZXZW, e o excelente museu de arte moderna – De Pont Fundation.
Goirle é um dos municípios da cidade de Tilburg, com uma população de um pouco mais de 22.000 habitantes, mas não é por suas peculiaridades demográficas, sócio-culturias ou densidade populacional, sua notoriedade é tida por ser a cidade-natal da cantora, compositora e letristas, de renome internacional - Floor Jansen.
Sua carreira começou precocimente no ano de 1995, aos quatorze anos de idade, quando estreiou nos palcos como artistas amadora, na época em que estudava na escola, o musical estrelado pela jovem moça foi "Joseph and the Amazing Technicolor Dreamcoat”, obra escritas pelos mestres: Andrew Lloyd Webber compositor e produtor musical e autor de grandes peças estreladas na Broadway, diversos musicais, filmes dentre outras obras. E, Tim Rice, o respeitadíssimo letrista inglês, dramaturgo e apresentador de rádio, conhecido também por sua parceria com Andrew L. Webber, em peças como: ‘Evita’ e ‘Jesus Christ Superstar’. Floor Jansen teve a grande oportunidade de interpretar, mesmo de forma amadora, o narrador de toda obra.
Nos anos seguintes, a jovem Floor Jansen ingressou na banda da escola, na qual teve sua primeira experiência em ambiente de estúdio - o que já dava uma breve noção o que viria a ser sua vida no futuro – mesmo tendo esse primeiro contato com a música, ainda parecia estar muito distante de sua vida e realidade, então o que lhe restou foi concluir seus estudos com muita seriedade e responsabilidade, seu empenho na escola era sua única saída, visto que a carreira musical ainda estava meio que distante naquele momento. Ainda no começo de sua adolescência, com grande parte de seu estudos secundários concluídos, tenteu integrar algumas bandas, mas não tendo nenhuma ascenção e ou destaque.
Em 1996, aos 15 anos de idade, a vocalista Floor Jansen começou a dar forma do que viria a ser uma carreira profissional sólida e promissora, época em que começou assistir aulas e estudar inúmeros instrumentos musicais, como: flauta, piano e guitarra. No ano de 1997, já com firme propósito de se tornar musicista profissional e viver inteiramente da arte que mais apreciava (aprecia) – música, a bela jovem foi convidada a integrar, como backing vocal, a banda de “death metal” – “Apocalypse” , cuja temática e dinâmica era bem mais agressiva e crua do que viria a se moldar anos depois. A “Apocalypse” era integrada pelos músicos: Mark Jansen (guitarra), Sander Gommans (guitarra), Luuk van Gerven (baixo), Joep Beckers (bateria) e Jack Driessen (teclados).
Seu primeiro contato com a banda foi por intermédio de amigo em comun entre Floor e os guitarristas Sander e Mark, a proposta inicial era de ter apenas uma backing vocals, mas após ouvirem a voz da jovem cantora os planos foram imediatamente mudados, o, então, vocalista da banda de “death metal” Ronnie, viu-se em um situação nada agradável – demitido, a nova aquisição da banda “Apocalypse” fora a bela jovem vocalista. Nessa mesma época a cantora tivera as primeiras lições de canto lírico e uma ideia real de como é o processo de composição de canções.
Sua entrada trouxe uma dinâmica totalmente diferenciada à banda, sua personalidade e talento foi determinante para que o projeto tomasse um outro rumo e postura musical, mas deixando parte de suas raizes e essências intactas. Umas das primeiras mudanças foi a mudança de nome, o qual foi uma “singela” homenagem a primeira e, considerada por muitos, a maior banda de heavy metal do mundo – Black Sabbath, o nome escolhido foi After Forever, música que integra o álbum Master of Reality, de 1971. Mas a principal mudança foi na renovação vocal, com uma forma lirica e o flerte com as raízes da antiga banda, o peso e os potentes vocais guturais.
No ano de 1999, a vocalista já despontava como uma das maiores promessas da música pesada, sua participação na banda não se limitava a executar composições de seus parceiros, a moça mantinha uma postura pró-ativa assinando com seus companheiros de banda Mark Jansen e Sander Gommans a autoria das música que viria a compor as ‘demos’ da banda: “Ephemeral” e “Wings of Illusion”. Nesse mesmo ano, imbuída da responsabilidade de dar “voz” a uma das promessas do heavy metal e de ser tornar uma musicista diferenciada e multifacetada, Floor Jansen ingressa na canceituada Rock Academy.
ROCK ACADEMY
Como até uma ironia do destino e ou muita sorte, dependendo do ponto de vista, na mesma época em que a vocalista Floor Jansen já estava adentrando o mundo musical de vento em polpa, a hoje conceituada escola de música ROCK ACADEMY – “Fontys Association of Schools of Higher Professional Education" ("Associação Fontys das Escolas Superiores de Educação Profissional") – lhe caiu como uma luva para aprimorar suas técnicas, aumentar sua vivência e experiência na área.
A escola foi fundada na cidade holandesa de Tilburg, no ano de 1999, com a proposta de preparar os estudantes em diversas áreas de atuações como: licenciatura musical, Interpretação, produção e Gestão em Música, os cursos possuem 4 anos de duração e os estudantes são certificados em bacharelado ou licenciatura ao seu término.
SÉCULO 21 – NOVO MILÊNIO E NOVOS DESAFIOS
Mantendo um trabalho diferenciado, a banda vira o ano e começára o novo século com inúmeros convites e proposta de gravadoras, o selo escolhido foi ‘Transmission Records’, empresa fundada no ano de 1995, que tendia para uma atuação fora dos padrões e arrojados em demasia para época, por assinar com bandas tidas como “não comerciais”, e com esse preceito o selo aderiu ao nicho de bandas pesadas, lançou importantes nomes e trabalhos, mundialmente reconhecidos por crítica e fãs.
A hora de lançar seu primeiro trabalho fonográfico profissional estava prestes a acontecer, em meados do ano 2000 o álbum ‘Prison of Desire’ é lançado com muita expectativa pela crítica especializada do país, o disco foi gravado no estúdio Excess, localizado na cidade sulista de Rotterdan, com a produção de Hans Pieters e Dennis Leidelmeijer e conta com muitas participações especiais, inclusive da não menos bela Sharon Den Adel (Within Temptation), onde faz um ótimo dueto com a senhorita Jansen, na canção ‘Beyond Me’.
Mesmo com pouco tempo de vivência no mundo musical, Floor Jansen já ganhava destaque não só pela sua ótima atuação vocálica, mas, também, por sua desenvoltura com os temas abordados em suas letras, o que já dava uma breve idéia da compositora de mão cheia que viria a ser tempos depois. Com o álbum lançado, era certa a presença da banda em seu primeiro show em um festival, além das diversas apresentações em clubes. Ainda no mesmo ano de 2000, fez sua primeira participação especial, a oportunidade surgiu do convite do compositor e multinstrumentista neerlandês Arjen Lucassen, quando seu projeto Ayreon lançava o álbum “Migrator Part 1: The Dream Sequencer”.
O primeiro trabalho já abrira muitas portas para banda e mais expecificamente para Floor Jansen, que já se tornava uma referência de performance e vocal. After Forever já não era mais uma promessa, e sim uma realidade que estava dando muito o que falar, chegando a tocar em grandes festivais pela Europa e em sua terra-natal. Agora, o passo seguinte seria o reconhecimento mundial, e o veio com o lançamento do impecável ‘Decipher’, surpreendendo com uma evolução e qualidade acima do debut, o álbum flerta com peso, melodia e atmosferas sombrias. Ainda no ano de 2001, a banda teve a merecida oportunidade tocar no festival holandês LowLands, com os grandes nomes da cena metálica da época, e como não bastasse, o After Forever é convidado a fazer sua primeira turnê pelas américas, a cidade escolhida foi o Cidade do México, tocando para 2.000 pessoas no festival que levava o nome de Dark Fest Festival. Entretanto, mesmo com o sucesso iminente da banda, no ano seguinte o guitarrista Mark Jansen resolve deixar a banda, mas ainda seguindo e reformulando sua carreira musical. Em 2002, Mrª Jansen passou a ter aulas de canto lírico em um conservatório local, bem como aulas de teatro musical e ópera, isso tudo em paralelo aos estudos na Rock Academy.
Seguindo a tradição de estar presente nos principais festivais da Europa, o After Forever deu o ar da graça no tradicional festival holandês Pinkpop, sendo considerado o mais antigo e tradicional festival anual do mundo, suas primeiras edições remetem aos idos dos anos 70, provando a pugência do som pesada na cultura neerlandesa.
Ainda no ano de 2002, a banda embarca em uma turnê com os finlandeses do Nighwish, que promovia o interessante ‘Century Child’, juntas, as bandas, desbravam os palcos de grandes festivais e clubes, aumentando cada vez mais a força e presença do público feminino nos concertos, visto que a presença das duas maiores representantes do vocal feminino, no segmento Symphonic Metal, estavam juntas, mostrando toda força do sexo feminino. No mesmo ano, Floor Jansen é, ainda, convidada especial no álbum do Star One, do multintrumentista Aryen Lucassen.
Em 2003, paralelamente ao seu estudo no Rock Academy, Floor Jansen participa de uma seleção, cujo prêmio, ao primeiro colocado, assegurava uma vaga no disputadíssimo conservatório holandês Music Theater, a escola segue austeros conceitos e filosofias em seu conteúdo ministrado, bem como, rigoroso processo de ingresso, sendo um número absolutamente mínimo de alunos em seu campus, tudo para garantir uma maior qualidade de ensino e um aproveitamento mais expressivo pelos estudantes.
Como era de se esperar por seu já talento nato e dedicação, a jovem vocalista foi classificada em primeiro lugar no concurso, ingressando no Music Theater com muitos méritos e merecido reconhecimento. Com isso, seus conhecimentos e técnicas aumentavam a cada novo dia, visto que os estudos a capacitava em várias vertentes musicais, que variavam entre erudito ao popular. A classificação de seu vocal é soprano, caracterizado por uma grande facilidade e desenvoltura em tons altos, tendo um registro mais redondo e rico, o que possibilita a vocalista articular grande número de notas sem perder a qualidade e a entonoção da canção, além disso, sua voz possui uma versatilidade incomum, possibilitando-a transitar com extrema facilidade entre postações líricas e populares.
Ainda no ano de 2003, a banda lança o mini-álbum ‘Exordium’, fora a prova de fogo que o After Forever passara, por não contar com um dos principais compositores, Mark Jansen. O substituto foi o ex-Karma Bas Mass, amigo de escola de Sander e conhecido da familia Jansen, por ter tocado com a irmã caçula de Floor, a talentosa Irene Jansen. Em paralelo ao lançamento da álbum ‘Exordium’, Floor Jansen faz participação especial, com sua irmã, no show ‘Live on Earth’, posteriomente lançado como álbum ao vivo do projeto Star One, obra capiteniadada pelo multinstrumentista Arjen Anthony Lucassen, e no álbum ‘Z.G.A.N’ do músico holandês Bertus Borgers .
Antes de se graduar pela Rock Academy, ainda em 2003, Floor Jansen, paralelamente a seu trabalho junto ao After Forever e a seus estudos musicais, tanto na Rock Academy quanto no conservatório vocal, em Tilburg, a vocalista tornou-se também professora de canto, passando a ministrar aulas particulares individuais, cursos e workshops, sobre técnica e interpretação vocais, além de conteúdo sobre o processo de composição musical e escrita de letras.
No ano seguinte é aguardado com muita expectativa o novo álbum da banda holandesa, mais uma vez sob a produção dos experientes Hans Pieters e Dennis Leidelmeijer, o disco recebe o titulo de ‘Invisible Circles’. Agora, as abordagens das canções possuem toques mais sérios e com uma veia de acentuada crítica, com todo o disco girando em torno de um único tema. A participação especial do disco fica por conta da americana Amanda Somerville, que traz ainda mais brilho às composições da banda. No mesmo ano, a banda sofre mudança em sua formação, com a saída do tecladista Lando van Gils e entrada do jovem Joost van den Broek (ex- Sun Caged e Star One).
Com os frutos angariados do álbum ‘Invisible Circles’, o After Forever é convidado, mais uma vez, a tocar no lendário festival Pinkpop, a banda dividira o palco com: Kaizers Orquestra, T. Raumschimiere & Band, Audio Bullys e Dave Clark Live. A edição do festival ainda contava com grandes nomes da cena rock & pop como: HIM, The Pixies, Black Eyed Peas, Franz Ferdinand, JET e The Rasmus. Tocar no festival anual mais antigo do mundo é sempre uma grande oportunidade, ainda mais quando o festival é na sua terra natal, as emoções e expectativas são elevadas a milésima potência, e foi exatamente isso que o After Forever mostrou no palco, uma banda entrosada, segura de suas canções e, principalmente, feliz de estar tocando nesse especial festival para história da música contemporânea.
Ainda em 2004, a soprano Floor Jansen é graduada na Rock Academy, sua graduação foi mais uma etapa concluída de um carreira de grande conquistas, estava mais que provado e atestado o poderio vocálico de Msª Jansen. As boas notícias não pararam por aí, a moça ganhou prêmio de talento, onde era oferecida a oportunidade de continuar seus estudos, o que a fez agregar mais e mais conhecimento e técnica de canto.
Em 2005, a banda lança o ótimo ‘Remagine’, o título do álbum é a combinação das palavras “Reflection” e “Imagination”, que segundo a própria Floor Jansen é um passo à frente na carreira da banda, com menção a todas as características do After Forever. O disco foi produzido mais uma vez por Hans Pieters e, com o recém chegado à banda, Joost van den Broek, e com gravação em diferentes estúdios como: Excess Studio (Holanda) e Gate Studio (Alemanha), esse último sob o comando do aclamado Sascha Peath. A primeira turnê sul americana foi promovendo o álbum ‘Remagine’, o giro contou com 4 datas no Brasil e outras 6 datas divididas entre: Argentina, Colômbia, Chile e México, consagrando de vez a popularidade da banda abaixo da linha do Equador.
No dia 03 de Março de 2006, a banda rompe com a gravadora que havia lhes dado o primeiro contrato – Transmission. O fato que o After Forever já era grande demais para aquela gravadora, seu suporte não comportava mais a demanda de atenção e promoção que a instituição After Forever se tornara em seu país e no mundo, em outubro do mesmo ano, a banda assina com a major Nuclear Blast Records para representá-los mundialmente. Nesse mesmo ano, foi marcada a segunda passagem da banda na América do Sul, tocando na segunda edição do saudoso festival ‘Live & Louder’ na cidade de São Paulo, a ótima turnê sul americana seguiu por cidades como: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Buenos Aires, dentre outras datas.
Mesmo com atividades da banda After Forever a todo vapor, demando integralmente dedicação de todos os integrantes, Floor Jansen, como uma excelente musicista, começa mais uma etapa de estudos, dessa vez, o foco de seu estudo e orientação musical fora dado no seguimento ópera, sendo mais uma faceta do estudo musical dominado pela dedicada estudante.
A estréia na nova gravadora é no mês de Abril de 2007, com lançamento do álbum homônimo ao nome da banda, sendo um mix perfeito de todos os elementos de trabalhos anteriores. O disco há a energia de ‘Prison Of Desire’, a melancolia de ‘Decipher’, a abordagem progressiva de ‘Invisible Circles’ e os elementos mais acessíveis e contidos de ‘Remagine’, onde o menos é mais. Ou seja, é a compilação de todos estilos e experimentos, vividos pela banda desde o primeiro registro, até o último lançamento, mas não soando datado, tampouco, nostálgico e, sim, com nova roupagem e textura, colocados a serviço de um trabalho moderno e diferenciado.
A produção ficou a cargo do renomado Gordon Groothedde, e as participações são mais que especiais como: Doro Pesch – DORO e ex-Warlock, Jeff Waters -- Annihilator, Amanda Somerville – cansagrada por suas participações em álbuns das bandas: Edguy, Shaman, Avantasia e André Matos, álbum ‘Remagine’, e ainda conta com a participação especialíssima da Orquestra Sinfônica de Praga. Em 2008, as coisas já não foram tão boas quantos os anos anteriores, no mês de Janeiro a banda emite uma nota onde era hora de dar uma pausa em suas atividades, o guitarrista e fundador da banda Sander Gomans estava lidando com alguns problemas de saúde, sendo assim, a pausa foi dada para que houvesse a resoluções dos problemas internos da banda e as questões pessoais de seus integrantes.
Mesmo com a pausa dada por sua banda, Floor Jansen seguiu se apresentando como artista convidada em vários outros projetos e shows, emprestando seu talento e voz a outros grandes nomes do heavy metal mundial, como: a versão da canção “Celebrate”, do EP "Celebrate - The Night of the Warlock", grande homenagem a rainha do metal Doro Pesch, o disco ainda contou com convidadas de peso: Liv Kristine ( Leaves' Eyes ex- Theatre of Tragedy), Angela Gossow ( Arch Enemy), Sabina Classen (Holy Moses), Veronica Freeman (Benedictum) e as veteranas da banda Girlschool.
Ainda foram muitos os espetáculos que ganhara mais brilho pela presença ilustre da vocalista, como: ‘Chistmas Metal Symphony’, executando músicas do After Forever e a clássica ‘The Phantom of the Opera”, que ainda contou com presença de artista do calibre de Doro, Russel Allen (Symphony X), Mat’s Levén (Therion), Johan Edlund (Tiamat) Ian Perry (Consortium Project), Marcela Bovio (Stream of Passion) e George Oosthoek (Orphanage), ainda teve o interessante ‘Games in Concert’, onde são interpretadas canções de jogos clássicos, que fizeram parte da infância e ou até mesmo vida daqueles que ainda mantém o hábito de jogar vídeo game até os dias de hoje. A vocalista ganhou destaque também, em sua participação nos álbuns 01011001, como a personagem"Ω" e no EP Elected, ambos do projeto Ayreon. As participações especiais em discos e shows, provou, que mesmo com a banda After Forever em “recesso”, a carreira de Floor Jansen era muito ativa, e que sua multiplicidade de trabalho determinava que muita estória deveria ser contada.
Depois de 14 anos de atividades, turnês nos quatro cantos do mundo, milhares de discos vendidos e presença marcante nos principais festivais mundiais, no dia 05 de Fevereiro de 2009, a banda After Forever emite em caráter oficial uma nota, em que era anunciado o fim das atividades da banda. No comunicado, os integrantes agradeciam o apoio dos fãs mundo afora, e encerram a nota informando que cada integrante iria seguir seu próprio caminho, explorando a música com sua própria percepção e sentimento.
REENERGIZED
Depois de anunciado o fim – ou suspensão das atividades por um período indeterminado da banda After Forever – no dia de 16 de Junho, Floor Jansen anuncia em seu MySpace, que começara a trabalhar em novos projetos, o primeiro a ter movimentação na mídia, foi um possível trabalho com o guitarrista norueguês, da banda de Power metal progressivo Pagan’s Mind Jørn Viggo Lofstad, que até onde se sabe não há registro oficial dos prosseguimentos da parceria.
Em 17 de Outubro de 2009, durante a sétima edição do festival belga Metal Female Voices Fest, onde se juntou a banda EPICA e seu antigo companheiro Mark Jansen, é anunciada o nome de sua nova banda ReVamp, com a participação do renomado Waldemar Sorychta (Grip Inc. e Voodoocult). Waldemar, mundialmente conhecido tanto por seu trabalho nas banda que integrou, como na produção de grandes discos, de bandas que gozam de uma repercussão ímpar no cenário metálico. Outro músico que a acompanha é o antigo companheiro de longa jornada Joost van den Broek, músico de grande domínio técnico e de uma proficiência fora do comum para arranjar e compor.
Algumas fotos, um sample de uma música chamada “Head Up High” e algumas novidades é tudo o que ainda temos sobre a nova etapa da carreira da senhorita Floor Jansen, mas uma coisa é certa, muita coisa boa está por vir. É o começo de uma nova era, há uma infinidade de possibilidades e conquistas a serem alcançadas pela nova banda e pela vocalista.
Nós, fãs, poderemos esperar por muitas, mas muita música de qualidade, por que, é o minímo a se esperar, quando a vocalista Floor Jansen está envolvida!
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Talento e música: Namoro ou Inimizade?
Com o avanço da tecnologia, tudo em nossas vidas caminha para comodidade e facilidade. Até mesmo as mais simples tarefas possuem uma forma diferente de serem realizadas. Já não precisamos ficar horas e horas na fila do banco pagando contas e/ou tentando transferir uma quantia de dinheiro. Podemos fazer essas operações em caixas rápidos e internet, gastando poucos minutos, o que nos poupa tempo e paciência.
Esse avanço atingiu também o mundo da música. Aproveitando a carona da evolução, nasceram (e nascem) diversos softwares para facilitar a vida do músico, da produção, dos técnicos de som e das gravadoras. A principio todos saem ganhando com esses “novos brinquedos”, mas muitos questionamentos podem aparecer relacionados à seriedade daquele produto (a música). Para entendermos melhor, vamos voltar um pouco no final das décadas de 50 e 60, quando grandes nomes como Jerry Lee Lewis, Elvis Presley, Little Richard, Chuck Berry e Beatles mandavam na cena mundial. Na época, todas as gravações independiam do uso de tecnologia. Tudo era concebido de uma maneira “artesanal”, o foco era dado na capacidade e destreza dos músicos. As bandas iam para o estúdio para compor - as bandas mais organizadas já tinham toda a estrutura de como o disco deveria sair, no caso, a pré-produção. Com toda banda participando do processo criativo, mais o auxílio do produtor, o processo geralmente passava pela composição de um número razoável de canções para figurar no disco, a seleção das que mais se enquadrariam na proposta do álbum e, escolhidas as músicas, todas eram ensaiadas até a exaustão. Após essa etapa era feita a gravação do disco. Se necessário, dava-se alguns retoques nas composições até que finalmente ficassem perfeitas técnica e musicalmente. Como a tecnologia de hoje ainda era bem distante naquele período, a banda não tinha lá muitas opções para gravar. O jeito era ser extremamente “fera". O artista tocava “de verdade” dentro do estúdio. Não havia nada de gravar instrumentos separados e depois agrupá-los na mixagem. Tudo era gravado na mesma hora. Se o vocalista errava, a fita de rolo era parada, o técnico/engenheiro de som tinha que calcular o momento em que o músico errou e cortar essa parte posteriormente, emendando o resto da fita para ser gravado tudo novamente. Se na segunda tentativa o baterista perdesse o tempo, por exemplo, o mesmo procedimento se repetia até que a música fosse executada com perfeição por todos. A música era, de fato, a concepção de uma obra de arte. Musicalidade, talento, técnica, infinitas horas de estudo, domínio sobre o instrumento e uma boa dose de paciência eram ingredientes básicos para se ter um álbum.
Com a chegada dos anos 70 e 80, novos meios de gravação foram desenvolvidos. Já se podiam gravar inúmeros instrumentos, fazer edições e várias texturas de sonoridade em uma mesma música. Os estúdios já dispunham de uma boa estrutura de gravação, mas ainda assim a música era uma forma de arte, onde se conseguia manter vivo aquele “espírito” de outrora. Além disso, os músicos ainda tinham aqueles “ingredientes básicos” já citados. No final dos anos 80 e década de 90, muitos softwares foram desenvolvidos para os segmentos de gravações e edições,sempre tendo como aliado o bom instrumentista. Com a chegada do século XXI, ganhamos “milhares” de novos programas. Os chamados home studios (estúdios com equipamentos básicos de gravação montados em casa) conseguiam ter sua qualidade com o auxílio de softwares como o Pro-Tools (editor de áudio, considerado o Photoshop para músicas) e o Reason (editor de áudio), trazendo tudo o que existe de mais novo no mercado em se tratando de modulações, sonoridade, texturas, ondas sonoras, timbre, efeitos e manipulação de sons.
Todas as ferramentas citadas possibilitam um incrível suporte ao músico, mas o problema reside no fato de não precisar mais de talento para se fazer música/arte (?). Tudo pode ser manipulado em estúdio. De Britney Spears a Latino, dos rappers norte-americanos ao Calypso, tem-se a prova cabal de tal problema: a banalização da arte da música. A discussão é infinita. De um lado, grandes corporações querendo vender o máximo para a "massa”, angariando mais e mais dinheiro, e do outro, instrumentistas sérios sendo boicotados pelas gravadoras. Então, existem algumas perguntas: a arte da música se foi? Tudo é descartável? Consumimos sem ao menos conhecer o produto? Há ética onde milhões e milhões de dólares/reais/euros estão envolvidos? Talento é relevante nos dias atuais? Somos apenas uma peça para manipulação dos mais ricos e poderosos? Música ainda existe?. Vocês, leitores, pensem, discutam e reflitam sobre essas questões.
Nota: Esse artigo foi elaborado por mim e publicado no dia 28 de Junho de 2008 pelo site www.metalclube.com.